Battleline - A Verdadeira Linha de Batalha
BATTLE LINE (2000) - Reiner Knizia
(review publicada previamente em http://spielportugal.blogspot.com)
Publicado pela GMT e desenhado por Reiner Knizia, BATTLE LINE é um Card Game para dois jogadores com uma duração aproximada de 30 minutos.
Como já é hábito na maioria dos jogos de Knizia, também neste o tema é colado a cuspo. Supostamente, BL representa um jogo de guerra entre dois jogadores ao longo de uma linha de batalha com nove frentes. Claro que a sensação de estarmos perante um jogo de guerra não existe, trata-se mais de um jogo de cartas onde a sorte desempenha um papel relevante, mas onde acima de tudo os jogadores usam da astúcia, da dedução e do bluff para levar de vencida o adversário. Neste sentido BL assemelha-se muito mais a uma variante de POKER para dois jogadores, do que a um wargame.
- Wedge (3 cartas consecutivas da mesma côr);
- Phalanx (3 cartas do mesmo valor, ou trio);
- Battalion Order (3 cartas da mesma côr, sequênciais ou não);
- Skirmish Line (3 cartas consecutivas, independentemente da sua côr);
- e Host (qualquer outra combinação de cartas).
À vez, cada jogador joga uma carta num pino à sua escolha e depois vai a um deck à sua escolha e retira a carta que está em cima, para refazer a sua mão. Ou seja, os jogadores terão sempre na mão 7 cartas. À medida que se vão jogando cartas vão surgindo oportunidades de conquistar pinos e consequentemente ganhar frentes de batalha. Para reclamar uma vitória, o jogador terá de ter já preenchido as 3 slots dessa batalha e terá de provar, baseando-se nas cartas que estão à vista de todos (nunca poderá revelar o conteúdo da sua mão) que o adversário não poderá bater a sua formação. Deste modo, BL transforma-se num jogo de gato e rato, de muita paciência, astúcia e dedução, por forma a optimizar melhor as suas tropas e levar de vencida o adversário. As tactics cards permitem influenciar as formações. Elas são 10 cartas, todas diferentes e possuem habilidades distintas. Um dos aspectos mais interessantes deste jogo (e aqui é preciso dar os parabéns a Knizia), é que existe uma regra muito simples para a utilização destas cartas especiais. Um jogador nunca poderá jogar uma destas cartas sem que o adversário jogue também outra. Ou seja, nunca poderá haver uma diferença superior a 1 entre este tipo de cartas jogadas entre os dois jogadores. Esta regra muito simples, impede, por um lado, que um jogador ganhe demasiada superioridade em relação ao outro; e por outro lado, pode funcionar como travão ou mecanismo de defesa. As cartas tácticas existentes são as seguintes:
- Leader Alexander (é um jóker; pode ser jogada directamente na formação e representa a côr e o valor que o jogador determinar quando a jogar);
- Leader Darius (idem);
- Companion Cavalry (pode ser jogada directamente na formação e representa um 8 da côr que o jogador determinar);
- Shield Bearers (pode ser jogada directamente na formação e representa a côr que o jogador quiser num valor não superior a 3);
- Fog (é jogada para afectar uma batalha e elimina a contagem por formações, ao invés a batalha é decidida simplesmente pelo somatório dos valores das cartas);
- Mud (é jogada para afectar uma batalha e aumenta as slots disponíveis de 3 para 4);
- Scout (jogando esta carta o jogador pode ir buscar 3 cartas aos decks que entender e descarta quaisquer 2 cartas que entenda, colocando-as em cima dos respectivos decks);
- Redeploy (jogando esta carta o jogador pode trocar uma carta já jogada entre duas batalhas activas);
- Deserter (é jogada para afectar uma batalha e permite eliminar uma carta adversária);
- Traitor (é jogada para afectar uma batalha e permite passar uma tropa do lado adversário para a formação do jogador).
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- 2813 leituras
Boa crítica, mas
em Sexta, 04/05/2007 - 16:55
Boa crítica, mas não sei se concordo completamente com "tema é colado a cuspo".
Tenho a versão alemã (Schotten Totten), que é mecanicamente igual, mas trata de jogos de clãs escoceses e, ao jogá-lo, tenho sempre a sensação de estar a jogar um jogo de guerra.
Um jogo de guerra abstracto, tal como o xadrez, mas que envolve algumas das mesmas habilidades necessárias na estratégia militar: controlo da informação, combinação de diferentes factores para obter a melhor vantagem, atenção ao posicionamento, recursos escassos e uma grande dose de risco derivada da falta de informação (e de recursos).
Não sou knizófilo e estou plenamente de acordo que, por exemplo, o Lost Cities tem tanto a ver com explorações arqueológicas como com renda de bilros (pensando bem, se calhar até tem mais a ver com renda de bilros), mas neste caso acho que o tema americano até funciona bem (mais do que o alemão).
Quanto ao resto, plenamente de acordo.
Thumbs up, mas...
em Sábado, 05/05/2007 - 14:46
Boas;
Li isto no BGG primeiro e dei o meu thumbs up. Mas concordo com o neonaeon... acho que isto de dizer que os temas do Knizia são colados a cuspo já é uma espécie de tradição. Na verdade, acho que os temas dele são tão colados a cuspo como os de qualquer outro designer, principalmente se reduzirmos o jogo a uma análise mecânica e matemática do funcionamento. Se calhar com ele é mais fácil por ser doutorado em matemática...
No caso do Lost Cities, por exemplo, é verdade que o tema é secundário e que se poderia jogar o jogo com um baralho abstracto de naipes e valores mas acho que se o jogo fosse de outro designer, nem tanta gente assim chamaria a atenção para isso...
Há exemplos de outros jogos conhecidos por serem extremamente temáticos onde o tema poderia ser facilmente substituído. Por exemplo o Fury of Drácula poderia ser feito com um tema associado à serie O Fugitivo, ou colocando o Hannibal Lecter na posição de Drácula e fazer um jogo baseado no Silêncio dos Inocentes também seria simples... O tema é só um apoio e, mais que isso, uma ajuda ao marketing.
Mesmo assim, boa crítica.
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